2020 / Tenda da Raposa
Imagina uma instalação artística monumental, situada num esqueleto de um edifício abandonado, em que o vento passeia livremente por suas costelas, ossos de ferro e concreto nus, muitas luzes e uma peça musical a costurá-los, como um tecido de músculos, nervos e pele, a criar assim um ser completo.
Pois foi esta a proposta para a criação da Suíte dos Ventos, que ancora este álbum. Ainda que por razões financeiras o projeto da instalação não tenha ido à termo, a música foi. E o que era para ser uma peça para piano solo, se transformou em uma obra para piano, clarinete (Rui Alvim) e orquestra de cordas (Saint Petersburg Studio Orchestra).
Outras peças se juntaram a esta obra, cada uma com uma formação distinta, como quarteto de cordas, instrumentos de sopro diversos, duos e apenas o piano.
“Os Ventos” é um passeio atemporal pelo imaginário musical de Fuchs, mais uma vez evidenciando seus caminhos cinematográficos, como ficou claro também em “Caderno Roubado”, álbum lançado no final de 2019, junto ao grupo “Água de Moringa”.
Com a participação de Rui Alvim, Edu Neves, Everson Moraes, Aquiles Moraes, Thiago Osório, Gilson Peranzzetta, Ricardo Amado, Hugo Pilger, Andreia Carizzi, Marco Catto e o já mencionado corpo orquestral, as composições ornadas pelas mais variadas cores e tessituras, apresentam um caminho original, que intriga, emociona e surpreende o ouvinte.
2019 / Tenda da Raposa
As composições cinematográficas de Fuchs, reveladas por uma formação originalmente concebida para o choro, nos trazem elementos surpreendentes, ora líricos, ora vigorosos, porém sempre instigantes. Valsas, choros, e outras formas difíceis de se rotular, caminham lado a lado por melodias sinuosas e harmonias inesperadas. Música para se apreciar.
Ao unir o piano de Fuchs com a sonoridade ímpar do Grupo Água de Moringa, busca-se uma fusão de dois mundos, que apesar de distintos, completam-se em grande simetria e coerência. Pode-se dizer que a sensação é de que sempre estiveram juntos, os violões, cavaquinho, bandolim, clarinete, percussão e o piano.
Os arranjos à cargo de Marcílio Lopes, Jayme Vignoli, Luiz Flavio Alcofra, Josimar Carneiro e Carlos Fuchs sabem traduzir o cerne das ideias musicais, compostas originalmente para piano, valorizando os mistérios e profundezas da música de Fuchs. Os músicos do Água de Moringa, mestres cada um no seu instrumento, assim como Fuchs, conseguem tirar a sonoridade necessária para o drama se fazer presente, causando no ouvinte uma mistura de estímulos que seguem a perdurar por um bom tempo após a audição.
2006 / Olho do Tempo
1998 / Independente
1993 / Independente