2020 / Tenda da Raposa
Imagine a monumental artistic installation, located in the skeleton of an abandoned building, in which the wind freely roams amongst it’s ribs, bare iron and concrete bones, a myriad of dancing lights and a musical piece to stitch them all together, forming the tissue of muscles, nerves and skin, that creates a complete being.
This was the proposal for the creation of the ‘Suite dos Ventos’ (The Wind’s Suite), the theme which anchors this album. Although for financial reasons the installation project was not completed, the music however was, and what was supposed to be a solo piano piece, became a work for piano, clarinet (Rui Alvim) and string orchestra (Saint Petersburg Studio Orchestra).
Other compositions joined this effort, each with a different formation, such as string quartet, various woodwind and brass instruments, duos or just solo piano.
“Os Ventos” is a timeless tour on Fuchs' musical imagery, once again showing his cinematographic paths, as was also clear in “Caderno Roubado”, album released in late 2019, together with the group “Água de Moringa”.
With guests such as Rui Alvim, Edu Neves, Everson Moraes, Aquiles Moraes, Thiago Osório, Gilson Peranzzetta, Ricardo Amado, Hugo Pilger, Andreia Carizzi, Marco Catto and the aforementioned orchestral body, the compositions decorated by the most vivid colors and fabrics, present an original path that intrigues, thrills and surprises the listener.
2020 / Tenda da Raposa
No final de 2005 e início de 2006, comecei a compor algumas peças simples para piano, anotando meus costumeiros rabiscos num caderno que repousava sobre a estante de partituras do piano. A cada nova ideia, lá estava, sempre à postos, aquele caderno-memória, a receber meus hieróglifos musicais.
Ao mesmo tempo, padecia de grave enfermidade a mulher que havia sido minha parceira por mais de uma década, e com quem construí também um fortíssimo elo musical, a saudosa Ryta de Cássia.
Ao acabar cada nova peça, gravava às pressas e corria para mostrar a ela, na esperança de que isto pudesse elevar seu espírito. Infelizmente, em abril de 2006 Ryta partiu, mas, segui compondo ao lado de meu caderno. Até que um dia, ao ter nova ideia e buscar as paginas em branco do caderno-amigo, deparei-me com uma estante vazia, com a ausência daquelas páginas tão caras. O caderno desmaterializou-se, desapareceu, virou história. Mas graças às gravações que havia feito para que Ryta pudesse ouvir, nem tudo se perdeu. Das dezesseis peças, salvaram-se oito.
Anos se passaram sem que estas peças fossem por mim consideradas para um projeto de álbum, apesar da sempre amorosa insistência de Valéria Lobão, e do encorajamento de amigos como Antonio Saraiva e Paulo Baiano. Finalmente convenci-me de que havia naquele material gravado uma carga emocional bem intensa, e que, não obstante ter sido gravado rapidamente, sem grandes cuidados técnicos, poderia ainda ser lançado daquele jeito, representando um momento específico na minha vida.
Então, subvertendo a ideia do projeto com os registros originais, apareceu o Água de Moringa, este grupo de (mais que) amigos talentosíssimos que topou converter minhas maluquices musicais para o universo do choro camerístico. E confesso que ficou uma beleza! Os arranjos traduziram com fidelidade a alma daquelas obras, numa infusão de ideias belas e criativas que muito me deixou feliz.
Para uma ideia do antes e depois, coloco neste CD como bônus track a versão original, gravada em 2005, da “Suíte das Três Cegas”.
Espero que o prazer que tenham com a audição deste álbum seja tão intenso quanto o que tive em vê-lo tomar forma.
Um grande beijo a todos!
2007 / Tenda da Raposa
1998 / Independente
1993 / Independente